CONTEÚDO
E METODOLOGIAS DO ENSINO DE CIÊNCIAS
Elaboração
Isabel Cristina da Cunha
Isabel Cristina da Cunha
Janice
Miot Silva
Marise
Borba da Silva
Colaboração
Maria Juliani Nesi
Maria Juliani Nesi
Florianópolis,
junho de 2003.
ABORDAGEM DE
CONCEITOS BÁSICOS DA FÍSICA, QUÍMICA E
BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
BIOLOGIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Objetivo Geral: aprimorar a interpretação dos conceitos da Física que
são trabalhados a partir das hipóteses que as crianças manifestam desde a
educação infantil e as séries iniciais, proporcionando condições para que você
desenvolva novas e necessárias formas de ensinar essa Ciência, permitindo que
os alunos trabalhem os conhecimentos físicos, desenvolvendo habilidades para
operá-los, revê-los e reconstruí-los, através da articulação entre a
conceituação básica, a experimentação e a aplicação no cotidiano.
O DESENVOLVIMENTO DA FÍSICA
COMO CIÊNCIA E COMO DISCIPLINA CURRICULAR
Objetivo
específico: discutir com mais
profundidade a Física como Ciência e como disciplina curricular, combinando
reflexões teóricas com déias práticas para a sala de aula, na busca de novos caminhos para esse ensino.
O vocábulo ‘física’ provém do grego physiké, que quer dizer ‘natureza’. Portanto, num sentido amplo, a Física estuda os fenômenos naturais. E a ciência das propriedades da matéria, das forças naturais e interações da matéria e energia.
A filosofia nasceu como ‘física’ e o termo tinha o significado de “natureza, o mundo natural” (Physis). Portanto a física, originalmente, uma filosofia natural, tinha como campo de investigação o estudo
sistemático de toda a natureza, animada e inanimada e os filósofos, que se
dedicavam a esse estudo, foram denominados ‘físicos’.
Os gregos, pré-socráticos buscavam identificar o elemento primário da
natureza, com base em quatro elementos: ar, água, terra ou fogo. Essa idéia
sobre os quatro elementos formadores do Universo sobreviveu por quase dois mil
anos, incluindo-se nesse período os alquimistas (muito importantes na história
do surgimento da química), que admitiam ter o fogo um poder extraordinário para
levá-los ao encontro da pedra filosofal e do elixir da vida. A primeira teoria atômica começa na Grécia com Demócrito, que formula as primeiras
hipóteses sobre os componentes essenciais da matéria.
O renascimento do comércio e da vida nos centros maiores, no final da idade
Média, criou um ambiente próprio para a renovação cultural que lançou as bases
da Ciência moderna. Foi nesse ‘universo urbano’ em formação que viveu o
personagem símbolo da Física: Galileu Galilei. Outro momento importante na
constituição do conhecimento ligado à física ocorreu no século XVII com Isaac Newton, que realizou a primeira grande síntese
da história da Física através da formulação de leis gerais, especialmente as
leis do movimento.
A partir dos fundamentos lançados
por Newton ocorreram importantes inovações científicas e técnicas. A teoria da
relatividade, publicada por Einstein em 1905, provocou uma verdadeira revolução
no campo científico. As mais arraigadas certezas, baseadas nas leis mecânicas
de Newton, passaram a ser revistas. A grande revolução que leva a Física à
modernidade é à teoria quântica, que começa a se definir no fim do século XIX.
A grande marcada mecânica quântica é o rompimento definitivo com a mecânica
clássica, que previa um universo determinístico, sendo uma teoria que passou a
trabalhar com a categoria probabilidade na explicação dos fenômenos. No lugar
do modelo planetário de átomo, com elétrons orbitando em volta de um núcleo, a
quântica propõe um gráfico que indica zonas onde os elétrons têm maior ou menor
probabilidade de existir.
Ao longo dos séculos XVIII e XIX, o
progresso material derivado dessas novas teorias foi notável. A revolução
industrial marca a nova Fase da Física. As áreas de estudos se especializam e a
ligação com o modo de produção torna-se cada vez mais estreita. Ao mesmo tempo,
a fragmentação do estudo dos fenômenos naturais, a exemplo da Física, em mais
ramos, deve-se à contínua expansão de nosso conhecimento que resultaram de um
longo processo hist6rico de experiências, descobertas, acertos e erros: surgem
a astrofísica, a mecânica quântica, a biofísica, a geofísica etc. E novas
especialidades continuam a surgir, o que nos prova o aumento da profundidade
desses conhecimentos.
A relação entre a Física e o
desenvolvimento cientifico tornou-se explícita a partir da chamada Revolução
Técnico-Científica, ocorrida na segunda metade do século XIX, cujo final foi
uma fase de excessivo otimismo. Muitos estudiosos de Física achavam que já
conheciam os princípios e as leis fundamentais do funcionamento do universo. De
lá para cá, os avanços foram enormes. A obtenção de energia a partir da
desintegração atômica, os satélites e as viagens espaciais são alguns dos
resultados mais conhecidos do progresso recente da Física.
No Brasil, a Física no ensino
fundamental, inserida na disciplina Ciências, quase não é trabalhada,
especialmente pela Formação deficiente do professor nessa área. No ensino
médio, que possui disciplina específica em Física, o conteúdo ensinado é ainda
extremamente formal e geralmente abstrato. O ensino da Física influi sobre a
visão do mundo, além de facilitar novas descobertas e o desenvolvimento
tecnológico. A Física é parte integrante da cultura de hoje e precisa ser
ensinada como modo de olhar e estudar o mundo, tendo suas bases criadas desde a
Formação inicial da criança, já que a criança não espera chegar à primeira
série para se interessar pelos fenômenos da natureza. Estudar Física desenvolve
o raciocínio, dinamiza a imaginação e a criatividade e possibilita acompanhar
melhoro desenvolvimento da ciência e do que acontece ao nosso redor.
Torna-se, hoje,
cada vez mais difícil delimitar o campo de ação ou a finalidade da Física, mas
pode-se, em linhas gerais, dizer que compreende especialmente o estudo da
estrutura da matéria, da natureza das radiações e suas interações, e uma
tentativa de descrição unificada de todos os campos de força existentes na
natureza. Em termos mais simples, a Física é a Ciência que estuda, pela
experimentação e elaboração de teorias (conceitos), as propriedades
fundamentais da matéria e do espaço-tempo. Como uma das ciências básicas da
natureza, o estudo da Física é indispensável àqueles que querem entender os
mecanismos mais profundos de tudo que ocorre na natureza, pois a Física estuda
uma grande variedade de fenômenos e tem como objeto desde um mundo
absolutamente invisível até medidas em que torna-se difícil à mente humana
imaginar.
A Física está presente em nosso cotidiano, no
uso que os pedreiros fazem da alavanca e da roldana, no atrito que permite o
movimento, até em procedimentos mais complexos como em artefatos das clínicas
de Raio-X, artefatos bélicos etc.
CONCEITOS BÁSICOS DE FÍSICA
Objetivo específico: sistematizar elementos relacionados aos conceitos físicos, contribuindo, assim, para a ampliação dos conceitos dos alunos sobre a relação existente entre a ciência física, a vida cotidiana e as aplicações tecnológicas.
Os astrônomos
contemporâneos apontam diversas hipóteses para o surgimento do universo. A mais
conhecida delas é a que chamamos de Big Bang. Uma das ‘provas’ apontadas de que o Universo teria surgido do Big Bang,
uma grande explosão, é o fato das galáxias estarem ainda
se afastando umas das outras, a uma velocidade muito grande.
Para você ter uma
idéia de como isso acontece, experimente pegar um balão vazio e marque nele
alguns pontos, como se fossem as galáxias. Enchendo o balão, isto é, dando-lhe
a forma curva como a do Universo, você perceberá que os pontos que marcou se
afastam cada vez mais até que podem acontecer algumas coisas: ou você pára de
encher o balão (que permanecerá com o volume alcançado), ou você continua
enchendo até que ele estoure, ou, ainda, você o esvazia de novo podendo
observar que os pontos (que representariam as galáxias) voltam a ficar juntos Com esse exemplo,
muito simples, é possível ter uma idéia do Big Bang, como também do
destino provável do nosso Universo, podendo fazer algumas suposições: será que ele explodirá, novamente, assim como estoura o
balão? Atingirá o Universo um limite e permanecerá
assim para sempre, como o balão amarrado de nossa
experiência? Ou voltará ao ponto inicial,
do mesmo jeito que uni balão que esvazia? Essa é uma
atividade que você pode realizar com as crianças e que mostra a origem e o
futuro do universo de acordo com o Steven Hawking.
No entanto, antes
dessa moderna teoria, muitas pesquisas físicas foram realizadas, no sentido de
entender, principalmente, as forças presentes na natureza. Newton foi o
primeiro a sistematizar a moderna Ciência da natureza teorizando sobre as leis
do movimento e da gravidade, e formulando os postulados que permitem definir as
noções de massa, força, inércia, espaço, tempo e movimento.
Newton propôs que a rapidez com que um objeto cai, referente a uma pedra
que jogamos num rio, por exemplo, depende da intensidade da força gravitacional
que atua nele. Com sua teoria, explica a
existência de uma força - a gravidade - que leva os objetos a serem atraídos mutuamente,
dizendo que a intensidade dessa força é
proporcional às massas desses objetos, multiplicadas umas pelas outras. Quanto
maiores as massas de dois objetos, e, quanto mais próximos eles estiverem,
maior será a atração gravitacional entre ambos. Para você entender melhor, a
gravidade aplica-se tanto às ‘maçãs’ caindo na terra como à força que mantém
ligados ao Sol os planetas do Sistema Solar.
Embora não se propusesse mais o conhecimento das causas imateriais dos
fenômenos (buscadas na divindade, por exemplo), mas a determinação das leis que
os regem, a Ciência newtoniana coincidia ainda com a física de Aristóteles num
ponto capital: a concepção do tempo e do espaço, como categorias invariáveis e
fixas, referenciais absolutos, em função dos quais se explicam os movimentos do
Universo. Albert Einstein refutou essa noção de espaço como categoria fixa e
imóvel. Eliminados o espaço e o tempo absolutos, imagine você quanta coisa
mudou: o Universo todo entra em movimento. Os
estudos de Einstein foram a base para que os físicos demonstrassem,
posteriormente, a unidade essencial da matéria e da energia, do espaço e do
tempo, e a equivalência entre as forças de gravitação com outras forças. O
espaço de Einstein, sem coisas que o ocupem e nele se movam, é um espaço sem
fronteiras nem direção, e não apresenta nenhum ponto de referência que permita
comparações absolutas, Os movimentos, portanto, sejam quais forem, só podem ser
descritos e medidos uns em relação aos outros, uma vez que, no Universo, tudo
está cm movimento.
Sabemos que existem forças ou interações, fundamentais na natureza. As forças que causam mudanças no movimento tios objetos
podem ser desmembradas em vários tipos. São elas: a gravitacional — que já vimos - a eletromagnética e a
nuclear. Com base no que esclarecemos anteriormente, sobre a relação tempo,
espaço e movimento, vamos ver um pouco sobre cada uma dessas forças.
Durante muito tempo se pensou que existissem dois fenômenos totalmente
independentes entre si na natureza: os fenômenos elétricos e os fenômenos
magnéticos. Os fenômenos elétricos correspondem às forças elétricas devidas às
cargas elétricas que fazem parte da matéria; o magnetismo, por sua vez,
verifica-se na atração e repulsão que existe entre ímãs.
Aproximadamente
em 1820, foi constatado que urna corrente elétrica é capaz de produzir um campo
magnético, ou seja, em certas circunstâncias, é possível “misturar” fenômenos
elétricos e magnéticos. Atualmente, sabe-se que o que acontece nos átomos de um
ímã é um fenômeno da mesma natureza daquele que acontece num material
eletrizado. Esses fenômenos receberam o nome de eletromagnéticos e seu estudo passou a chamar-se de eletromagnetismo, um
dos maiores avanços da Física moderna.
Para você melhor compreender isso,
lembre dos relâmpagos que vemos: esses, são descargas eletromagnéticas que
ocorrem dentro da nossa atmosfera. Não só nesse, mas em outros exemplos, vemos
a relação entre forças, como nas ondas do mar em que, também, existem processos de ação entre forças, sendo que a interação
entre o vento, o movimento das águas e o fiando do mar forma as ondas, Os
processos de marés, determinados pela interação gravitacional entre o nosso
Planeta e a Lua influenciam o volume de mar que se aproxima da costa.
Já que fizemos referência à
eletricidade e magnetismo, saibamos um pouco mais sobre essas forças. Os
antigos já observavam a eletricidade nos raios de uma tempestade, só que não
havia, ainda, uma explicação científica de como isso ocorria. Com o
desenvolvimento da observação e experimentação científicas, o homem descobriu o
que é a eletricidade, chegando a construir grandes usinas geradoras e a
inventar inúmeros e complicados aparelhos que funcionam movidos pela energia
elétrica.
Mas, afinal, o que vem a ser
eletricidade e como pode ser produzida?
Os povos antigos já acreditavam que
todas as coisas que existem no Universo, que chamamos de matéria, são compostas
de partes muito pequenas, invisíveis a olho nu, chamadas átomos. Um átomo d0
caule de uma árvore, por exemplo, seria, então, a menor parte da matéria que
compõe esse caule. Os cientistas atuais sabem que o átomo é formado de
elementos ainda menores, que compõem o seu núcleo, e outros que giram ao redor
do núcleo com muita velocidade, os elétrons, com carga elétrica negativa.
Assim, a imagem que os cientistas fazem de um átomo, já que ainda não
conseguiram vê-lo, seria
aproximadamente a seguinte:
Coube a Tales de Mileto a descoberta
da eletricidade, e, também, do magnetismo, ao observar a Magnésia, percebendo
que algumas pedras atraiam a ponta de ferro do seu cajado. O homem passou a
fabricar ímãs a partir da magnetita (pedras que são minério de ferro),
conhecida, até hoje, como ímãs naturais, dando-lhes diversas formas, conforme a
necessidade do seu uso. O magnetismo é, portanto, a propriedade que explica
porque alguns corpos atraem o ferro, o níquel e vários outros metais. Essa
força de atração, no entanto, não é a mesma em toda a extensão do ímã. Ela se
acumula nas extremidades chamadas pólos. Veja a ilustração a seguir:
É interessante observar que pólos diferentes de dois ímãs
se aproximam e que pólos iguais se repelem; assim também a corrente elétrica
não passa senão observarmos corretamente os pólos (positivo ou negativo), ao
colocarmos as pilhas num aparelho qualquer. Não esqueça: pólo norte de um ímã
atrai sempre o pólo sul de outro.
Um exemplo de ímã natural é a Terra. Ela exerce uma atração constante sobre os Ímãs, fazendo com que seus pólos se orientem um para o norte e outro para o sul. Observando esse princípio foram inventadas as bússolas, que são instrumentos usados para orientação em navios e aviões. A bússola, invenção dos chineses, é formada por uma agulha magnética, colocada dentro de uma caixa metálica, sendo um objeto com uma agulha magnética que é atraída para o pólo magnético terrestre. No fundo da caixa da bússola estão os pontos cardeais e colaterais, gravados num disco. Como a agulha magnética aponta sempre para a mesma direção, o piloto do avião ou o comandante do navio se orientam com facilidade.
Muito bem! Já
falamos da força gravitacional e do eletromagnetismo. Vários conceitos estão aí
relacionados: matéria, massa, força, energia, tempo, espaço, movimento,
eletricidade, magnetismo. Vimos, também, que toda a matéria existente no
Universo é composta de partículas muito pequenas chamadas átomos, que já se
sabe, não são as menores constituintes da matéria.
É muito importante você saber que a massa dos corpos do
Universo pode ser transformada em energia. Uma grande forma de energia é a nuclear - energia presa dentro do
núcleo de cada átomo. Há duas maneiras para a conversão de massa em energia:
pela fissão (quebra do núcleo do átomo) e fusão (união dos núcleos de dois
átomos) nuclear.
Os cientistas
descobriram que os átomos de alguns materiais (como os de urânio) ao serem
“bombardeados” por outras partículas (nêutrons, do interior do próprio átomo),
numa velocidade muito elevada, o seu núcleo se rompe e suas partículas se
separam, esbarrando umas nas outras, produzindo mais energia do que qualquer
outro tipo de usina, O que acontece no interior do átomo é um fenômeno que se chama fissão nuclear, em que ocorre o
processo de quebra de núcleos grandes com núcleos menores, liberando uma grande
quantidade de energia.
A energia
resultante da fissão nuclear é a que chamamos de energia nuclear e as usinas
que a produzem são as usinas atômicas ou nucleares. Essa energia nuclear tem
sido utilizada, por exemplo, nas usinas nucleares, para gerar eletricidade, e,
por outro lado, é usada em bombas atômicas de enorme poder destruidor.
No Brasil, remos
usinas nucleares funcionando em Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de
Janeiro. Com a descoberta da energia nuclear, os cientistas construíram a bomba
atômica, usada na II Guerra Mundial e que arrasou as cidades japonesas de
Hiroshima e Nagazaki. A energia nuclear, no entanto, também é usada para fins
pacificas, especialmente em novas tecnologias na Medicina (raio laser). A obtenção de energia nuclear é menos dispendiosa do que
a obtida por usinas hidrelétricas, em que grande área de terra precisa ser
ocupada por barragens, mas ainda não conseguiu uma forma segura de lidar com o
lixo atômico (basta lembrarmos do desastre atômico em Chernobyl e em Goiânia). A energia obtida pela fissão
nuclear tem o grave inconveniente de liberar material radioativo. Quando, por
qualquer
razão, esses materiais escapam das usinas nucleares, podem permanecer durante muito tempo na atmosfera, na água, no solo e nos seres vivos, causando sérias doenças, câncer e poluição de efeitos catastróficos e duradouros.
razão, esses materiais escapam das usinas nucleares, podem permanecer durante muito tempo na atmosfera, na água, no solo e nos seres vivos, causando sérias doenças, câncer e poluição de efeitos catastróficos e duradouros.
Outra forma de se
obter energia comida no interior do átomo, é através da fusão nuclear. Já
ouvimos alguém dizer que o Sol é uma bola de fogo. Será isso mesmo? O que estará queimando lá, então? Na
verdade nada está queimando. No Sol, bem como em outras estrelas, ocorre um
processo denominado “fusão nuclear”. Essa energia é produzida pela fusão de
dois átomos de um gás que forma as estrelas e que se chama Hidrogênio. Dois
átomos de Hidrogênio se unem e formam um átomo de Hélio, um gás muito quente.
Dois átomos de Hélio se fundem e formam átomos de outra matéria e assim por
diante, até chegar à formação dos metais, como ouro, prata, cobre, por exemplo.
Esses conteúdos
possibilitam que em nossas aulas de Ciências as crianças comecem a construir
uma noção de Universo, mais complexa do que seu conhecimento prévio,
compreendendo que o conhecimento humano encontra, ainda, limites para que possa
dar conta de explicar todos fenômenos naturais.
Propostas de
atividades para o desenvolvimento aos conceitos básicos da Física.
• Com relação ao
conceito de Universo, você pode solicitar que seus alunos representem, numa
folha de papel, o que entendem por Universo, assinalando com um X o local onde
pensam estar. A criança representa, assim, o conhecimento prévio que tem do
Universo, sem qualquer interferência do professor. Dessa atividade é possível
resultar, por exemplo, representações como as que foram feitas por alunos da 2a
série do ensino fundamental:
Percebe-se que essas representações
contêm suas casas e alguns elementos a sua volta, como por exemplo, árvores,
animais, o Sol, algumas nuvens e
estrelas, mas, nada que aponte para a imensidão do Universo. Pode-se dizer que
o conceito de Universo encontra-se restrito ao que lhes é próximo e perceptivo,
da mesma forma as crianças conseguem se localizar, desenhando a si mesmas ou
indicando com um ‘X’ onde pensam estar.
É a partir das
representações prévias dos alunos, a respeito do Universo, que você poderá
planejar e desenvolver suas aulas abordando as primeiras noções de Física. Cada
aluno, ao apresentar seu desenho aos colegas e receber deles algumas objeções ou complementações, sob
forma de perguntas Ou sugestões, contando com sua orientação e explicações, poderá observar contradições na
forma como representa o Universo, caso ela não seja suficiente pai-a resolver
os questionamentos surgidos em sala de aula, propostos pelos colegas e pelo
professor. Esse é um momento importante para fazer aprendizagem avançar.
• Você pode,
ainda, mostrar representações que povos antigos tiveram da Terra, ou as representações
atuais dele, elaborados pelos astrônomos, com auxílio de imagens espaciais e
estudos especializados. É importante, porém, promover uma discussão acerca de
todas essas representações, e confronta-las com modelos mais recentes,
veiculados pelos meios de comunicação em geral. Essas
discussões em sala de aula permitem que o noticiário da televisão, a respeito
das descobertas da Ciência, não seja mais um obstáculo para a democratização do
conhecimento. Não raramente, as crianças levam pra dentro da sala de aula
notícias a respeito da hipótese de que haja outro planeta no Sistema Solar, ou
algo similar, por terem ouvido no Jornal televisivo.
• Uma sugestão
importante é que você apresente aos alunos o filme Zoom Cósmico, do Programa Vídeo Escola, ou outro do gênero, através do
qual as crianças podem, além das noções acerca de sua situação em relação ao
Universo e às coisas que o formam, também, construir conceitos matemáticos de inclusão de classes e
pertinência, necessários à Teoria Geral dos Conjuntos. Nesse filme, com o
afastamento da câmera, a criança consegue incluir, no sentido de estar contido,
a imagem de um barco com um menino e um cachorro, numa cidade, num país, num
continente, no planeta Terra, no Sistema Solar, na Galáxia e, por fim, na
infinitude do Universo. No sentido inverso, com o zoom da câmera se
aproximando, ela recupera as imagens, no sentido de conter, até o infinitamente
pequeno: do menino, sua mão sendo picada por um mosquito, células, moléculas e
átomos, no interior do corpo do menino Atividades desenvolvidas a partir desse
filme, permitem aos alunos o entendimento da lógica da classificação, sem o que
qualquer conteúdo não cria habilidades de análise. Fica evidente, portanto, que
conhecimentos das mais diversas disciplinas estão envolvidos nestas atividades.
As crianças gostarão muito de fazer a atividade e, com
certeza, aprenderão muito com ela.
• Com o objetivo
de reforçar a construção dos conceitos lógicos de espaço, tempo e de inclusão
de classes, o professor pode propor a seguinte tarefa: - “Imaginem que vocês sejam levados daqui por uma nave
espacial e sejam abandonados no espaço, sem qualquer referência a respeito do
lugar Imaginem, também, que apareçam seres espaciais generosos, que consigam.
manter comunicação com vocês e se disponham a
ajudá-los a voltarem para casa. Para isso, precisam saber onde vocês moram”. O
professor deixa claro aos alunos que eles podem fazer mapas, maquetes,
representações teatrais, enfim, podem criar a forma que julgam mais eficiente
para explicar o endereço ao viajante do espaço, que se prontificou a trazê-los
de volta para a Terra. Na execução dessa atividade, observamos que para algumas
crianças, considerando as suas representações, o número da rua, o número da
casa e o nome do bairro, por exemplo, são as informações suficientes para que o
viajante do espaço saiba como trazê-los de volta. Outros alunos podem propor
que se aponte o Brasil, como endereço suficiente. Outros ainda podem considerar,
que se deva começar pelo nome de nossa Galáxia (Via Láctea), seguido do Sistema
Solar, do Planeta Terra, chegando ao Continente americano, e ao Brasil. É possível que alunos
cheguem até a rua onde moram.
• Você pode,
ainda trabalhar com o vídeo “O Nascimento do Universo”, da Enciclopédia Britânica. Essa atividade tem por objetivo permitir que a
criança comece a estruturar conceitos científicos mais complexos, relacionados
à Física, especialmente às forças da Natureza. Através deste vídeo, a criança
poderá entrar em contato com eventos, tais como: Big Bang, Buracos negros e Gravidade,
entre outros, além de poder familiarizar-se melhor com os nomes de Aristóteles,
Ptolomeu, Galileu, Newton, Einstein etc. Essa atividade é de especial interesse
das crianças, porque dinamiza sua imaginação e sua criatividade, tornando-se
elas mesmas partícipes na elaboração das teorias apresentadas.
• Para avaliar os
resultados de seu trabalho, você poderá solicitar aos alunos que representem,
novamente, através um desenho, o que entendem, agora, ser o Universo. Depois do
desenho feito, cada criança receberá de volta o seu primeiro desenho.
Comparando os dois, ela mesma terá oportunidade de constatar e comentar o que
mudou nas suas representações. O professor se reportará, então, às diferenças
entre a representação antiga do Universo e as imagens contemporâneas, mostradas
no vídeo, tornando mais evidentes, tanto as transformações das representações
dos cientistas, quanto as transformações da própria criança. Com essa expansão
conceitual da criança, a professora agora pode trabalhar a teoria da gravidade,
entre outras, para fazer com que as crianças compreendam Como. Os corpos celestes
se equilibram no espaço, e com isso estabeleçam comparações com a forma como os
sábios antigos pensavam que a Terra estava localizada no espaço,
redimensionando seu próprio conceito sobre o Sistema Solar.
• Uma outra
atividade é: analisando a figura que segue, Como as crianças continuariam o
diálogo entre Colombo e os tripulantes de sua caravela, com base na idéia que
eles têm sobre nosso planeta?
Reprodução a partir da ilustração de ARAGONÊS, Sérgio. Mais do que palavras. São Paulo: Abril,
1999.
Quando constatam os movimentos da Terra, as crianças têm, também, de admitir a sua forma, evento esse que é contrário às suas representações iniciais, contra o qual as crianças não têm como argumentar, pois, como explicar que no fim da Terra não haja um fim, como um abismo onde poderiam cair os navegadores?
• Com o objetivo
de introduzir as crianças numa discussão acerca de outras forças da natureza, a
eletromagnética e a nuclear, o professor pode exibir, por exemplo, a Fita de
vídeo “As forças da natureza”, do Programa Vídeo Escola. Pode, assim,
reportar-se à Filosofia, relatando o pensamento dos gregos, como Demócrito,
precursores dos conhecimentos sobre o átomo. Com isso, ela estará
contextualizando historicamente a Ciência. Não se pode esperar que a criança
compreenda facilmente a idéia de corrente elétrica e, muito menos de energia
nuclear, por representarem para ela forças desconhecidas, ‘invisíveis’ e
poderosas. Por certo que a criança vê uma lâmpada acender ou um aparelho de TV
funcionando, mas os mecanismos que fazem essas coisas funcionar, estão ocultos
em alguns fios e na tomada elétrica, distantes de seu próprio controle. As
crianças, também, podem ter ouvido falar sobre bombas atômicas, mas, para elas,
como isso funciona, se aproxima muito mais da imaginação do que da realidade.
Mesmo que a
apresentação desses temas, inicialmente, seja por demais complexa à compreensão
da criança, é necessário que se inicie, levando-se em conta que a estruturação
de conceitos científicos pode se dar de forma gradativa; a criança deve, desde
cedo, tomar conhecimento de que essas forças físicas têm explicação científica
e que os homens podem conhecê-las e controlá-las. Por isso, o professor deve
sempre ter em mente que ensinar Ciências é como “alfabetizar cientificamente”,
vida à fora, isso significando que é preciso desenvolver conhecimentos e
habilidades não só para manusear instrumentos, mas, sobretudo, para compreender
os princípios e as leis que regem o mundo natural.
• Uma outra
sugestão que damos, é a de que você apresente um vídeo em que apareça a
história do nosso Planeta, seu esfriamento, sua estrutura, o aparecimento da
água em estado líquido e, com ela, a possibilidade da vida, a deriva dos
continentes, etc. O Vídeo “Uma breve História do Tempo”, do Programa Vídeo Escola, é um documentário interessante que trata da
descida do homem à Lua - nosso satélite natural-, explicando seu movimento, fases e eclipses. É
mostrado, ainda, o Sistema Solar, o planeta Terra e a Lua, e a importância que
eles têm como referência à elaboração de calendários e de instrumentos de
medição do tempo.
É importante que
o professor solicite para as crianças olharem o céu durante várias noites, com
intervalos semanais, observando a Lua e as estrelas, e, depois, preencham um mapa, desenhando
esse satélite, conforme foi visto. Os alunos também podem entrevistar as
pessoas da comunidade sobre o que pensam a respeito
desse satélite em sua vida e na natureza. Para o trabalho ficar enriquecido,
sugerimos que as crianças registrem o que viram cm diferentes momentos, até
que, no final de um ciclo lunar elas tenham feito anotações e desenhos das
fases lunares, para que, com a ajuda do professor, possam elaborar distinções
entre o que é crendice e o que é científico, para que continuem elaborando seus
conceitos.
ATIVIDADE 1 – COMENTADA
A força da gravidade aplicada em situações do
cotidiano.
Observe uma
situação: Um carro e um caminhão, que têm massas bem diferentes, estão
enguiçados numa estrada. Qual você acha mais difícil de empurrar: o carro ou o
caminhão? Como você interpretaria essa situação, sabendo que esse conhecimento
é necessário para que você possa trabalhar noções sobre força com seus alunos.
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Comentário: se você analisar, em
relação ao carro, o caminhão necessita de uma força bem maior para começar a se mover, tanto é verdade que uma única
pessoa consegue em certos casos empurrar um carro. E um caminhão? Foi a
partir de observações semelhantes a essa que Newton concluiu que a força dependo da massa. Pois bem, a gravidade esta relacionada com a massa e com
o raio de um dado planeta. A massa da Terra, por exemplo, é cerca de oitenta vezes maior que a da Lua, e o raio da Terra é pouco menos de quatro vezes maior que o da Lua. Por isso os astronautas na Lua podem dar pulos bem longos sem grande esforço. Se a
Terra atrai os corpos o os corpos atraem a Terra com igual força, o que acontece com a Terra? É muito simples! A quantidade de atração entre dois corpos depende do valor das
massas e da distância de que eles estão separados. Os corpos, por exemplo, uma maçã, têm uma massa bem menor que a da Terra, daí o efeito da gravidade ser maior sobre esta do que sobre o nosso planeta. Assim,
quanto maior a massa de um objeto, maior a força necessária para acelerá-lo ou
freá-lo. Isto é o que diz a segunda lei de Newton. É a mesma história do carro e do caminhão.
Massa e peso não são, portanto, a mesma coisa. Quando
subimos numa balança, o mostrador indica a massa e não o nosso peso, como
estamos costumados a dizer. O peso se reporta à ação da gravidade sobre um objeto e a massa é uma grandeza escalar que traduz a quantidade de matéria do um corpo. A
massa é expressa em kg (múltiplos e submúltiplos) e o peso é expresso em N (unidade que significa Newton).
ATIVIDADE 2 – AULA APLICADA
Seleção do ano de
ensino para aplicação da aula, tema e conteúdos;
Montagem do plano
de aula;
Planejamento de
atividades e conteúdos de introdução, desenvolvimento e síntese da aula;
Confecção dos
materiais e recursos pedagógicos;
Planejamento de
técnicas e instrumentos avaliativos.

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